Pra tudo, tempo! uma breve reflexão sobre a relação com o tempo.

Antes do tempo dos homens havia o tempo da natureza, antes do relógio os astros, antes da pressa os ciclos. O tempo moderno consome o tempo da alma, já pensou nisso? Aqui no Ateliê, em nossos processos de criação ou produção o tempo é rei e precisamos, diariamente, rever nossa relação com ele. Em uma joia guardamos o tempo do seu próprio nascimento, o de quem a coloca no mundo, do outro que a espera, dos processos naturais de seus componentes, das memórias que carrega, de um futuro feito pra durar, da sua própria existência única e impermanente. 

Esse colar Pra tudo, tempo, foi criado para nos trazer de volta à percepção do tempo. Uma provocação ou um lembrete, uma joia ou um quadro, uma brincadeira ou um ensinamento, palavras pra reconectar os ponteiros da nossa essência.

Na correria dos dias a gente se apressa pra alcançar um relógio acelerado pelo cronos social, mas quanto tempo cabe nesse tempo? Quanto de você e dos seus movimentos tem nele? A pressa moderna te permite se conectar ou reconectar com você mesma? 

Viver o tempo natural das coisas é um dos desafios mais instigantes dessa geração adiantada e acelerada, tanto que nem nos atentamos ao fato de que não nos sobra momentos pra refletir essa relação. E assim seguimos atropelando a consciência da impermanência, os danos da pressa, a importância dos ciclos dentro e fora de nós, o respeito aos tempos alheios, a leveza da calma, tanta coisa se vai no não tempo da vida. 

E, rei que é em toda a sua majestade, ele não volta atrás. Pode ser linear, se confundir ou se organizar  entre demarcações humanas de passado, presente e futuro, mas só existe pra nós como possibilidade real no agora. E é esse o chamado desse colar Pra tudo, tempo. 

Pisar no freio e nos perceber donas do nossos próprios ponteiros, por mais que isso custe boas remadas contra a maré. Seja bem vinda a esse momento de trazer o tempo pra mais perto da gente, de transformá-lo em presença, em joia, em afeto, em experiência, em vida. 

E não se esqueça, amar e viver são agora, permita- se! 

Com carinho,

Camila Lovisaro 

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