Começando pelo começo, vamos de um pouquinho de história!
Existem registros históricos que indicam que o ouro foi descoberto há mais de 6 mil anos, tendo sido incorporado pela primeira vez na joalheria desde 4 mil a.C. Mesmo assim, joalheiros do mundo todo continuam inovando, apresentando todos os anos novos estudos e tecnologias capazes de permitir uma variedade ainda maior de possibilidades para o uso desse metal tão precioso no mundo das joias.
Embora em nossa cultura brasileira seja raro, o ouro 24k é usado para joias em outros países, como no Japão, apesar de sua maleabilidade. Por outro lado, em outras regiões, como por exemplo nos Estados Unidos, existe uma tendência inversa, de usar ouro 14k, mesmo para a alta joalheria.
Mas e no Brasil? Muita gente não sabe, mas o ouro mais frequentemente usado nas joias feitas aqui não é totalmente puro pois, em seu estado natural, o chamado ouro 24k (24 quilates) seria frágil e maleável demais. Para trazer durabilidade e dar maior resistência às joias, chegou-se a uma liga de 75% de ouro e 25% de outros metais, o tão famoso 18k, que significa ter 18 partes de ouro e 6 partes de outras ligas metálicas.
Quando ouvimos dizer que uma joia é de ouro 18k, ou 18 quilates, seria o mesmo que dizer que o metal dessa joia foi feito com ¾ de ouro e ¼ de outros metais. Além da dureza e resistência, a escolha desse outro ¼ de metais vai influenciar diretamente na tonalidade de cor que vai predominar nessa liga. Olha que interessante!
Alguns tons são mais conhecidos, como o ouro amarelo, rose ou branco. Mas há também ouro champanhe, vermelho, verde, negro, lilás e até azul. Um verdadeiro arco-íris!
Aqui no Ateliê as mais usadas são: ouro amarelo, branco, champanhe e rose, todos 18k. Mas que tal conhecer um pouco da composição de cada tonalidade? Veja abaixo algumas das ligas mais comuns, na joalheria brasileira:
Ouro amarelo: 75% de ouro puro (24k) + 12,5% de prata e 12,5% de cobre. Se mantivermos os 75% de ouro e usarmos nos outros 25% uma proporção um pouco maior de prata, diminuindo o cobre, obteremos um ouro amarelo mais claro. Se reduzirmos drasticamente o cobre e aumentarmos muito a prata, a tonalidade da liga vai ser levemente esverdeada. Se essa gangorra for desequilibrada drasticamente para o outro lado, aumentando muito o percentual de cobre e baixando consequentemente o de prata, o tom fica mais avermelhado.
Ouro rose: 75% de ouro + 22,25% de cobre + 2,75% de prata.
Ouro branco: 75% de ouro + 25% de ligas brancas, como prata e paládio. Como resultado temos um tom de de cinza chumbo. Particularmente acho muito bonita a cor, mas para que fique com a coloração mais branca e brilhante, além de mais resistente contra arranhões, é preciso dar um banho de ródio (o metal mais caro do mundo) como acabamento.
Ouro champanhe (ou ouro nobre): 75% de ouro + 25% de liga de prata com níquel.
Além dos metais citados, também podem ser usados nessas ligas o Cádmio e o Cobalto, para chegarmos as tonalidades mais esverdeadas e azuladas.
Não poderia deixar de mencionar as ligas únicas, obtidas através da fundição de um apanhado de joias que resulta em cores muito interessantes, por conter diferentes ligas metálicas em sua composição.
O mais interessante nisso tudo é saber que as colorações podem ser inúmeras e hoje já podemos encontrar um arco-íris de possibilidades. Tanto as fábricas de joalheria quanto pequenos ateliês estão sempre buscando inovar e criar novas cores e tendências para um público que está sempre atento e buscando por novidades.
Estejamos abertos para experimentar e criar!
Espero que você tenha aprendido coisas legais por aqui! Até o próximo post!
Com amor,
Camila Lovisaro